Parti de Lisboa ao 12e15.Como esperava a despedida foi dolorosa.Muitas lágrimas.demasiadas para quem estas andanças das viagens já não são novidade.Cheguei a Zurich às 15 e qualquer coisa. Tive que sair do avião com as tralhas todas e voltar a passar a porta de embarque. E mais uma vez entrei num outro avião-por sinal exactamente igual ao que apanhara antes. O voo chegou a Florença até antes da hora- não fosse a swiss air me ter estragado a malinha( que era nova) e da italiana que estava nos “lost and found” me ter deixado à espera quase uma hora. Fui-me divertindo com o seu sotaque e com as vezes sucessivas que dizia “its not my fault Sir…You are in Italy.”Coitada…também não deve ser fácil representar um país que é tanto ou mais confuso e burocrático que o nosso.
Já estava o Franco(presidente da associacao)a desesperar quando finalmente lá passei a porta.
A viagem até Cantagallo foi demorada mas animada. Falamos sobre a organização. A cidade. A reserva natural. Sobre regras. Expectativas.
Depois de km´s curvas que nos levam à montanha finalmente chegamos a Cantagallo. olho à minha volta.so ouço grilos. Só vejo natureza. Respiro ar puro.Sinto-me perto das estrelas. Admiro o céu estrelado. Sei que é aqui e agora que tudo começa. Não poderia estar mais longe da civilização-penso.E gosto dessa ideia.
A chegada não podia ser mais acolhedora. Todos vêm à porta para me receberem.Reencontro a Sónia. Conheço o Emílio e o Paul também meus companheiros neste projecto.
Durante as próximas duas semanas ficarei num quarto com o resto da malta que é alugado pelo Carlo, dono do café aqui da aldeia.leia-se o único café.
O Carlo é um senhor já bastante velhote que vive sozinho.é uma pessoa amorosa e muito bem disposta. Não percebe nada quando falamos em inglês, mas ri-se na mesma. É uma pessoa encantadora e muito prestável. Os meninos dizem que ele gosta é de ter mulheres na sua casa. Que seja…=)
Fui recebida com o jantarinho preparado por todos. Aproveitou-se a ocasião para fazer um brinde ao que por ai vem.ao sucesso do projecto.à felicidade.à nossa.
Deito-me agora com o corpo já a pedir descanso das poucas horas de sono e do cansaço de apanhar dois aviões.
Ainda não tive tempo para sentir nada.estranhesa.saudade.
Quem sabe amanhã quando acordar e perceber realmente que já ca estou.