"Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho."
Adélia Prado
26 maio, 2008
12 maio, 2008
Goriano valli
Dia 1 de Maio, parto em direcção a Roma- destino final Abruzzo. Missão: curso de formação para os campos internacionais e nacionais.A aventura começa em Prato a tentar entrar para o comboio…aliás impossível de o fazer tendo em conta a quantidade de pessoas que procuravam entrar e não conseguiam. Finalmente consigo um buraquinho ao pé da porta. Quase que não se respira e há pessoas sentadas na casa de banho. A viagem é feita no corredor do comboio e a pensar como a vida é curiosa…no ano passado neste mesmo dia estava a festejar o primeiro de Maio naquela que foi certamente uma das melhores festas populares onde estive. Inevitavelmente lembro-me de todos aqueles com quem estive…a nostalgia surge e a saudade também. Penso que às vezes gostava de voltar atrás e viver tudo novamente…!
Chego a Roma e o caos é total. Arrepio-me…as recordações começam a surgir e penso que secalhar não foi boa ideia voltar. Aqui respira-se outro ar (um ar certamente anais poluído!!) e sinto esta cidade como sendo minha.
O tempo que passo em S.Giovani não é suficiente para matar todas as saudades. A viagem para Goriano Valli tinha que ser feita ainda naquele dia.
Conheço a malta que trabalha para a Legambiente nacional e parecem-me pessoas muito porreiras e descontraídas.
Como já me vou acostumando, Goriano Valli é uma pequena aldeia no meio do nada mas com uma paisagem idílica e impossível de descrever. Ficamos alojados num antigo convento que tem uma mística incrível.
Os quatro dias de formação são intensos, mas entre momentos de convívio, conversas, risos e partilha de experiência e de histórias sinto-me bem rodeada, apesar de ser a única estrangeira. Fico feliz com a minha fácil capacidade de integração e todos me tratam lindamente.
O tempo convida a passeatas e a exposições ao sol. Finalmente faz calor. Os poucos momentos em que não estamos na formação são aproveitados sobretudo para desfrutar da calma e da beleza deste sítio.
As horas aqui também passam a voar e quando nos damos conta já estamos no final da formação.
A despedida,como também me vou habituando, deixa tristeza…desde que cheguei tudo tem sido muito intenso…muitas são as pessoas que vou conhecendo, muitas são as experiências que partilho. Ao ritual da troca de números e dos emails seguem-se os abraços sentidos e a promessa de um encontro para breve.
O regresso a Prato é feito com tranquilidade mas o cansaço e a exaustão de 5 dias a dormir pouco instalam-se sobre o meu corpo.
11 maio, 2008
O trabalho com os pequenotes
Entre a hipoterapia e o trabalho na CAVE, outra das nossas funções é trabalhar na área da EducaçãoAmbiental.os destinários são sobretudo escolas. Apesar de na maioria das vezes barulhentas e hiperactivas, a interacção com elas é uma das partes mais interessantes do projecto. Geralmente são crianças com falta de afecto e de atenção, e quando sentem ternura e carinho da nossa parte, isso resulta em abraços e beijos consecutivos. E quando sabem que somos estrangeiros, já curiosos por natureza, fazem-nos um monte de perguntas..”come si dice Pietro in portugheise?...come si dice Paolo…”E nós com uma grande paciência
procuramos responder a todos que se atropelam uns aos outros na tentativa de saberem mais.
Deixo-vos algumas fotos de um dia(entre muitos!) de trabalho…


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